MPEs
representam 99% das empresas e apenas 25% do PIB
Dados do Sebrae
mostram que segmento tem espaço para crescer, sobretudo nas
exportações
Brasil
Econômico - Gabriela
Murno, do Rio | 17/12/2012
08:14:23
Apesar
de 99% das empresas brasileiras serem de pequeno porte -
microempreendedores individuais, microempresas e pequenas empresas -,
elas são responsáveis por apenas 25% do Produto Interno Bruto (PIB)
do país, um percentual muito pequeno, se comparado a outras nações,
e que demonstra que ainda há muito espaço para o crescimento dessas
empresas.
“A
maior parte dos países concentra no segmento de pequeno porte as
suas empresas. No número de empregos, as variações também não
são tão grandes. Entretanto, o desafio brasileiro está na
participação no PIB, que pode e deve crescer nos próximos anos”,
disse Luiz Barretto, diretor-presidente do Sebrae Nacional (Serviço
de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Segundo
ele, os produtos da empresas brasileiras ainda têm baixo valor
agregado. "O aumento da produtividade e da competitividade das
empresas e a inovação são fundamentais para um país que caminha
para ser a quinta economia mundial. Já estamos enfrentando os
problemas de logística, infraestrutura e mobilidade urbana",
completou o presidente.
Para
Barretto, há também espaço para que as empresas de pequeno porte
brasileiras aumentem suas exportações, pois somente 1,24% das
vendas externas do país são oriundas destas empresas. “Apenas
11,5 mil são exportadoras, movimentando US$ 2,2 bilhões. Isso
significa que são empresas voltadas para o mercado interno”,
afirmou. De acordo com ele, o lado bom deste perfil de atuação é
que as empresas, portanto, não sofreram tanto com a crise econômica
mundial.
O
executivo mostrou-se satisfeito com a crescente formalização dos
empresários brasileiros. Em 2006, ano em que foi aprovada a Lei
Geral das Micro e Pequenas Empresas, haviam dois milhões de empresas
deste porte, e hoje já são sete milhões. Barretto diz que a
criação, em 2009, do microempreendedor individual — empresário
pequeno que fatura até R$ 5 mil no mês — , também contribuiu
para o aumento da formalização. “Em menos de três anos,
formalizamos três milhões de empresas”, declarou, mencionando que
55% dos novos empresários são oriundos da nova classe C.
“Há
um fenômeno de inclusão produtiva por meio do empreendedorismo. Na
Europa, de 70% a 80% das empresas têm origem nas classes A e B. No
Brasil, apenas 37%. Nossa expectativa é chegar a 2022 com mais de 12
milhões de micro e pequenas empresas formalizadas.”
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