Disciplina:
Gestão Organizacional Material 04
Professor:
Paulo
Sidney
AS ÁREAS
DA GESTÃO ORGANIZACIONAL (FUNÇÕES ORGANIZACIONAIS)
As funções
organizacionais são as tarefas especializadas que as pessoas e os
grupos executam, para que a organização consiga realizar seus
objetivos. Segundo Maximiano, as funções mais importantes de
qualquer organização são analisadas sucintamente a seguir:
produção (ou operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento,
finanças e recursos humanos. A coordenação de todas essas funções
especializadas é o papel da administração geral.
Administração
Geral
-
Produção
|
|
|
|
|
Gestão de
Pessoas
|
(Operações)
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Logística
|
|
|
Finanças
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Marketing
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Principais
Funções Organizacionais
A seguir são
apresentadas definições resumidas para cada uma dessas funções:
A
administração da produção (AP) trata da maneira pela qual as
organizações produzem bens e serviços. Assim, é a AP que executa
a produção ou operações básicas da empresa. É por meio dela que
a empresa extrai as matérias-primas ou as processa e transforma para
conceber o produto acabado ou prestar serviços especializados ao
mercado.
A AP busca
fazer com que o processo produtivo seja eficiente e eficaz
simultaneamente. Para tanto precisa ser planejada. Quando juntas,
eficiência e eficácia recebem o nome de excelência. A AP pode
envolver os seguintes componentes em sua estrutura organizacional:
Planejamento
e controle da produção:
cuida de planejar e de controlar a produção conforme a demanda e a
capacidade produtiva da empresa.
Desenvolvimento
do produto:
é a área que cuida do planejamento e desenvolvimento do produto,
suas especificações, características de embalagem, adequação ao
uso do consumidor, etc. Pode em alguns casos (bancos, prestadoras de
serviços) ser subordinada a área de marketing.
Engenharia
industrial:
é a área que cuida do arranjo físico e layout,
processo produtivo, tempos e movimentos (estudos de eficiência do
trabalho), etc.
Produção
propriamente dita ou simplesmente manufatura: é
a área que cuida das operações de produção e, portanto, da
transformação de matérias-primas em produtos acabados.
Administração
de materiais:
envolve busca, aprovisionamento e abastecimento de materiais e
matérias primas necessários à produção dos bens ou serviços da
empresa. Inclui compras, suprimentos e logística de entrada ou de
saída.
Controle
de qualidade:
cuida da inspeção dos produtos/serviços produzidos e dos
processos produtivos para verificar sua adequação com as
especificações da engenharia de produto.
Manutenção:
cuida da preservação dos recursos físicos da empresa, isto é,
dos prédios, das instalações, das maquinas e dos equipamentos
para que estejam sempre disponíveis e em perfeito funcionamento.
Em empresas
menores, muitas dessas atividades ficam restritas a um ou mais órgãos
ou simplesmente atribuídas a especialistas, quando não são
terceirizadas.
Modelos de
produção:
cada empresa adota um sistema de produção para realizar suas
operações e produzir seus produtos e serviços da melhor maneira
possível e, com isso, garantir sua eficiência e eficácia. O
sistema de produção é a maneira pela qual a empresa organiza seus
órgãos e realiza suas operações de produção, adotando uma
interdependência logica entre todas as etapas do processo produtivo,
desde o momento em que os materiais e as matérias primas saem do
almoxarifado até chegarem ao deposito como produto acabado, conforme
a figura abaixo. Entradas e insumos vêm dos fornecedores e ingressam
na empresa por meio do almoxarifado de materiais e matérias primas,
sendo ali estocadas até sua eventual utilização pela produção. A
produção processa e transforma os materiais e matérias-primas em
produtos acabados para serem estocados no depósito até sua entrega
aos clientes e consumidores. Essa interdependência entre
almoxarifado, produção e depósito faz com que qualquer alteração
em um deles provoque influencias sobre os demais, como se fossem
vasos comunicantes.
Sistemas de
Produção: são
aqueles que têm por objetivo a fabricação de bens manufaturados, a
prestação de serviços ou fornecimento de informações.
Inputs
(entradas):
são os insumos, ou seja, conjunto de todos os recursos necessários,
tais como instalações, capital, mão-de-obra, tecnologia,
informações, etc.
Funções
de transformação:
decisões, processos...
Outputs
(saídas):
produtos manufaturados, serviços prestados, informações
fornecidas
SUBSISTEMA
|
FUNÇÃO
|
Almoxarifado
de matérias-primas
|
Recebe
e estoca matérias primas e os fornece à produção
|
Produção
|
Transforma
as matérias-primas
|
Depósito
de produtos acabados
|
Estoca
os produtos acabados e os fornece aos clientes
|
Existem três
tipos principais de sistemas de produção: sistema de produção sob
encomenda, sistema de produção em lotes e sistema de produção
continua.
Sistema de
produção sob encomenda:
apenas após o contrato ou encomenda de um determinado produto é que
a empresa vai produzi-lo para o cliente. Em primeiro lugar, a empresa
oferece o produto ou serviço ao mercado. Quando recebe o pedido ou o
contrato de compra é que ela se prepara para produzir. Então, o
plano oferecido para a cotação do cliente – como orçamento
preliminar ou a cotação para a concorrência pública ou particular
– é utilizado para planejar o trabalho a fim de atendê-lo.
Envolve os seguintes aspectos: relação de matérias-primas
necessárias, relação de mão de obra e processo de produção.
Trata-se de um sistema no qual a produção é feita por unidades ou
pequenas quantidades. Ex: produção de navios, geradores e motores
de grande porte, aviões, locomotivas, construção civil e
industrial, confecções sob medida, etc.
Sistema de
produção em lotes:
é o sistema utilizado por empresas que produzem uma quantidade
limitada (lote de produção) de um tipo de produto de cada vez. Cada
lote é dimensionado para atender a um determinado volume de vendas
previsto para um determinado período. Cada lote recebe uma
identificação, como número ou código. E cada lote exige um plano
de produção específico. Nesse sistema, os operários trabalham em
linhas de montagem ou operando máquinas para desempenhar uma ou mais
operações sobre o produto. É um sistema utilizado por indústrias
têxteis, de cerâmica, eletrodomésticos, motores elétricos,
brinquedos, etc.
Sistema de
produção continua:
é utilizado por empresas que produzem um determinado produto sem
modificações por longo período. O ritmo de produção é acelerado
e as operações são executadas sem interrupção ou mudança. Como
o produto é sempre o mesmo, o processo produtivo não sofre mudanças
e o sistema pode ser aperfeiçoado continuamente. É o caso das
industrias fabricantes de automóveis, papel e celulose, cimento,
eletrodoméstico (geladeiras, máquinas de lavar roupas, secadoras,
etc.), enfim, produtos que são mantidos em linha durante muito tempo
e sem grandes modificações.
O sistema de
produção utilizado pela empresa é uma função dependente do
produto. O tipo de produto é que determina o sistema de produção
que a empresa deve utilizar. Se o produto é específico ou de grande
porte e depende da encomenda do cliente, o sistema será a produção
sob encomenda. Se há uma variedade de produtos que entram e saem da
produção e a empresa os vende somente após estoca-los, o sistema
será a produção em lotes. Se há um ou mais produtos que
permanecem no longo prazo em produção e a empresa somente os vende
após estoca-los, o sistema adotado será o de produção contínua.
Administração
de Materiais:
consiste em prover os materiais necessários na quantidade certa, no
local certo e no tempo certo à disposição dos órgãos que compõem
o processo produtivo da empresa. No processo produtivo, pode-se
perceber uma enorme quantidade de materiais, alguns em processamento,
alguns já parcialmente processados e outros aguardando a
oportunidade de serem processados. Isso pode representar desperdício
de espaço, tempo, capital empatado sem necessidade. As empresas
procuram reduzir o volume de materiais ao longo da fábrica ao mínimo
possível.
Just in
time
(JIT):
é um sistema de produção destinado a agilizar a resposta de
produção às demandas do cliente por meio da eliminação do
desperdício e do aumento da produtividade. O objetivo é produzir
exatamente aquilo que é necessário para satisfazer a demanda atual
– nem mais, nem menos – o que proporciona uma incrível redução
dos níveis de estoques, altos níveis de qualidade e tempos mais
curtos de manufatura.
Pode-se
definir logística como sendo a junção de quatro atividades
básicas: as de aquisição, movimentação, armazenagem e entrega de
produtos. Logística inclui, portanto, atividade como: distribuição
física, gestão de materiais, engenharia de distribuição e gestão
de transportes. Em suma, significa o processo de planejar,
implementar e controlar o fluxo e armazenamento eficientes e eficazes
de bens, serviços e informação, desde o ponto de origem até o
ponto de consumo, com o propósito de adequar aos requisitos do
consumidor.
Três
tendências são evidentes na logística atual: centralização na
gestão, terceirização e uso intensivo de internet. Para ganhar
sinergia entre as unidades de negócio, as empresas estão
concentrando sua logística em um grupo central composto de
especialistas com experiência em diferentes tipos de transporte
(ferroviário, rodoviário, aéreo, fluvial, marítimo) para reduzir
custos e aumentar a agilidade e o tempo de entrega. Apesar de todos
os progressos da moderna TI, o problema básico permanece e ainda
desafia as empresas, qual seja, entregar com rapidez e presteza os
materiais e produtos. O sistema de logística é composto de:
Cadeia de
fornecedores: que abastece o processo produtivo da empresa.
Unidade de
manufatura: conjunto de etapas utilizadas para transformar a
matéria-prima e componentes entrantes em produtos acabados.
Cadeia de
consumidores: grupos de centros de distribuição, atacadistas,
varejistas e consumidores finais que recebem os produtos acabados da
empresa.
Componentes
da logística
A logística é
composta de atividades primárias (transporte, manutenção de
estoques e processamento de pedidos), as quais possuem fundamental
importância na redução de custos e maximização do nível de
serviços. As demais atividades (armazenagem, manuseio de materiais,
embalagem, suprimentos, planejamento e sistemas de informação) são
consideradas atividades de apoio, pois dão suporte às atividades
primárias com o intuito de satisfazer e manter clientes, além de
maximizar a riqueza dos proprietários.
Gestão de
estoques:
as organizações procuram atender seus clientes imediatamente,
disponibilizando a quantidade desejada, a fim de superar a
concorrência, implicando, por vezes, em um volume demasiado de
produtos em estoque. A má administração dos estoques pode
ocasionar investimentos de capital desnecessários e consequentemente
a perda de mercado consumidor. O estoque compreende desde a
matéria-prima, produtos e peças em processo, embalagem, produto
acabado, materiais auxiliares, de manutenção e de escritório, até
os suprimentos.
Dessa forma,
as empresas vêm buscando a redução da quantidade de produtos
estocados e, para um maior controle e gerenciamento dos mesmos, as
organizações utilizam-se de sistemas cada vez mais sofisticados, a
fim de determinar o nível de segurança dos estoques, a qualidade do
bem ou serviço, além da quantidade ideal a ser comprada.
Os estoques
devem ser monitorados e avaliados constantemente, pois a gestão dos
mesmos depende cada vez mais de parâmetros para mensurar e controlar
os produtos que são mantidos em estoques. Isso porque os estoques
detêm grande parte dos custos logísticos, em função de envolver
os custos de pedido, manutenção, falta de produtos, além de
apólices de seguros, obsolescência, perdas e pessoal especializado.
Armazenagem:
a armazenagem trata de procedimentos que visam à conservação e
controle das mercadorias estocadas para posterior utilização e
distribuição. Os itens, após recebimento, são armazenados em
depósitos ou centros de distribuição, os quais são escolhidos de
acordo com o produto a ser estocado e sua quantidade, além da
distância do cliente e o transporte, relacionando o melhor
custo-benefício para todos os envolvidos.
Os centros de
distribuição podem ser em depósitos próprios, administrados pela
empresa, em depósitos públicos ou em depósitos contratados. A
gestão de armazenagem, se bem administrada, proporciona à empresa
maior vantagem no que se refere à redução de custos, tempo de
deslocamento e maior agilidade em atender seus clientes com
qualidade.
Distribuição:
o processo de distribuição não se refere apenas ao transporte de
matérias-primas ou produtos, trata-se de uma atividade que engloba
os procedimentos adotados, os serviços, o transporte de materiais e
produtos, a fim de satisfazer as necessidades e desejos dos clientes
com qualidade, agilidade, ao menor custo.
As etapas que
compõem os canais de distribuição dos produtos e materiais
iniciam-se com o pedido do cliente, que é transmitido e processado,
posteriormente o mesmo é separado e transportado até o cliente para
ser entregue, consequentemente se o cliente sentir-se satisfeito,
formar-se-á um ciclo, ou seja, uma relação de fidelidade entre o
fornecedor e cliente.
Gestão de
Compras:
a gestão de compras abrange desde a escolha do fornecedor até a
entrada dos suprimentos na organização, assim, o pedido deve
atender às necessidades e exigências dos clientes, no que se refere
à qualidade, quantidade, prazos, custos, entre outros requisitos,
além de envolver elevado volume de recursos. O responsável pelas
compras na organização responde pela aquisição de materiais na
quantidade e qualidade desejadas, no tempo necessário ao melhor
preço possível, do fornecedor adequado. O sucesso da gestão de
compras está relacionado ao gerenciamento dos pedidos, visando à
satisfação do cliente. Com base em informações estratégicas de
seus clientes potenciais a organização identifica as necessidades
dos mesmos, desenvolvendo um relacionamento de parcerias com clientes
e fornecedores.
Transporte:
o transporte engloba as diferentes formas de movimentar os materiais
ou produtos, seja interna ou externamente. A escolha do transporte
adequado está diretamente relacionada à qualidade dos serviços
junto ao cliente, variando de acordo com o produto, com a distância
e com os custos.
O transporte
de produtos ou matérias-primas ocorre através de modais que podem
ser rodoviários, ferroviários, aéreos ou navais, cuja escolha
considera o custo, o tempo de entrega e as possíveis variações de
adaptabilidade dos respectivos modais à carga e destino. Atualmente,
no Brasil, o transporte rodoviário vem sendo o mais utilizado, com
participação de 63% (BERTAGLIA, 2003), proporcionando a entrega de
forma ágil e precisa, no local e condições desejadas pelo cliente,
além de ser confiável e estar disponível em todo o território
nacional. Há uma íntima interface entre produção, marketing e
logística.
O objetivo
básico da função de marketing é estabelecer e manter a ligação
entre a organização e seus clientes, consumidores, usuários ou
público-alvo. O marketing, na perspectiva aqui adotada de função
organizacional, integra o conjunto de funções desempenhadas na
empresa, como produção, finanças, logística, recursos humanos,
sistemas de informação, engenharia de produtos, pesquisa
tecnológica, entre outras, que gerenciam recursos e geram resultados
para agregar valor econômico ao processo empresarial como um todo.
Portanto, a função de marketing engloba a tomada de decisões, a
gestão de recursos, a coordenação de processos e a avaliação de
resultados, como qualquer outra função empresarial.
O mercado
constitui a arena das operações de uma empresa. Ele apresenta três
situações: Situação de oferta (há excesso de vendedores e
escassez de compradores), situação de equilíbrio (os preços
tendem a se estabilizar) e situação de procura (há excesso de
compradores e escassez de vendedores). Cada situação requer uma
postura diferente da empresa quanto ao relacionamento com seus
clientes, políticas de preços, investimentos em promoção e
propaganda e expectativas de retornos. Nessa perspectiva
mercadológica altamente concorrencial, dois conceitos emergem:
Diferenciação
e posicionamento.
O primeiro refere-se à importância de cada empresa diferenciar seus
produtos/serviços em relação aos concorrentes para que o cliente
perceba nele uma qualidade extra que o torne mais valioso que o dos
concorrentes. O segundo, significa o ato de desenvolver a oferta e a
imagem de uma empresa a fim de que ela ocupe um lugar distinto e
valorizado na mente dos consumidores alvos.
As decisões e
ações específicas da função de marketing, que compõem o chamado
composto de marketing, também conhecido como marketing mix ou os
“quatro Ps”, referem-se a quatro variáveis: produto, preço,
promoção e ponto de distribuição. Nesse sentido, destacam-se
cinco funções principais dos profissionais de marketing:
1- Gerência
do produto – que acompanha desde a concepção aos estágios de
pesquisas, design, desenvolvimento e fabricação até o lançamento
no mercado.
2- Definição
do preço - determinado de acordo os custos, poder aquisitivo do
mercado, e preços dos produtos concorrentes.
3-
Distribuição – feita por um ou mais canais, em venda direta ao
consumidor ou por intermediários. A distribuição dos produtos
depende de sua natureza e da forma como é feita a venda. Os canais
tradicionais de distribuição são o atacado o varejo, e as vendas
industriais. A partir da década de 1950, tornaram-se populares as
vendas por reembolso postal e a mala direta; mais tarde surgiram o
telemarketing, as vendas por computador e a formação de grandes
cadeias de vendedores autônomos, que adquirem os produtos e as peça
publicitárias, cuidam da divulgação e do fechamento de vendas e
estabelecem suas próprias margens de lucro, dentro de limites
estabelecidos pelo fabricante.
4- Publicidade
– que seleciona as características do bem capaz de atrair o
público alvo e criar na mente do consumidor diferenciações
positivas do produto em relação aos concorrentes. Uma das
principais técnicas do marketing, a publicidade, tem o objetivo de
criar e desenvolver ou mudar os hábitos e necessidades do
consumidor.
5- Vendas –
momento em que se dá o contato direto entre comprador e vendedor. Os
fabricantes de bens de consumo e larga escala, embora não vendam
diretamente ao consumidor final, costumam empregar um grande número
de vendedores para lidar com todos os intermediários de todo tipo,
sejam eles atacadistas ou varejistas. Na venda de bens de capital
complexos ou muito caros o papel do vendedor é crucial.
O objetivo
básico da função de Finanças é a proteção e a utilização
eficaz dos recursos financeiros. Os responsáveis por essa função
gerenciam ativamente as finanças de todos os tipos de empresas,
financeiras ou não-financeiras, privadas ou públicas, grandes ou
pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade
de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras,
administração do caixa, administração do crédito, análise de
investimento e captação de recursos (Gitman, 1997, p. 4).
O principal
objetivo da Administração Financeira é o de maximizar a riqueza
dos sócios/acionistas. Para tanto, as atribuições do Administrador
Financeiro podem ser sintetizadas em três atividades básicas:
a) realização
de análise e planejamento financeiro;
b) tomada de
decisões de investimentos; e
c) tomada de
decisões de financiamento.
As atividades
empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a
obtenção de lucros. Os recursos investidos na empresa pelos
proprietários (capital próprio – Patrimônio Líquido) e por
terceiros (capital de terceiros – Passivo Exigível) encontram-se
aplicados em ativos empregados na produção e/ou comercialização
de bens ou na prestação de serviços.
As receitas
obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os
custos e despesas incorridos e ainda gerar lucros. Paralelamente a
esse fluxo econômico de resultados, ocorre uma movimentação de
numerário que deve permitir a liquidação dos compromissos
assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão da parcela
remanescente dos lucros.
Nesse
contexto, a função financeira compreende um conjunto de atividades
relacionadas com a gestão dos recursos (tanto o numerário
movimentado pelas empresas, quanto os direitos e obrigações
decorrentes das transações realizadas a crédito) movimentados por
todas as áreas da empresa. Tal função, que possui um papel muito
importante no desenvolvimento de todas as atividades operacionais, é
responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela
formulação de uma estratégia voltada para a otimização da
aplicação desses recursos, contribuindo significativamente para o
sucesso do empreendimento.
As funções
do gestor financeiro na empresa podem ser avaliadas em relação às
demonstrações contábeis básicas da empresa. Suas três
atribuições primordiais são:
1) análise e
planejamento financeiro: esta função envolve:
transformação
dos dados financeiros em uma forma que possa ser utilizada para
orientar a posição financeira da empresa e promover a sua
continuidade;
avaliação
da necessidade de aumento ou redução da capacidade produtiva; e
determinação
de que tipo de financiamento adicional deve ser realizado.
Essas três
atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica,
tática e operacional. Os demonstrativos contábeis, principalmente o
Balanço Patrimonial e a Demonstração do resultado do Exercício,
são importantes fontes de informações para elaboração de análise
e planejamento financeiro. Cabe ressaltar que o enfoque do caixa é
essencial para o gestor financeiro. Assim, a utilização dos Fluxos
de Caixa também são imprescindíveis,
2) As decisões
de investimentos: as decisões de investimentos dizem respeito aos
comprometimentos de recursos necessários para a organização obter,
em um momento futuro, algum tipo de retorno. Sejam em ativos
circulantes ou permanentes, sejam em ativos financeiros ou em outras
empresas, é fundamental decidir que projetos receberão recursos, em
que quantidade e quais são os retornos esperados, tendo em vista os
objetivos traçados pela empresa e os meios necessários para
atingi-los. Exemplos: construção de uma nova fábrica; compra de um
novo sistema de software; aquisição de máquinas e equipamentos;
construção de um escritório.
3) As decisões
de financiamento: referem-se
a identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos,
dentre as diversas disponíveis, realizando uma análise profunda de
seus custos e de suas implicações a longo prazo Normalmente estas
decisões têm como meta principal reduzir o custo de capital da
organização, concorrendo, desta forma, para a maximização do seu
valor. Exemplo: financiamento junto a bancos.
Há uma outra
atribuição vinculada ao papel do gestor. Diz respeito à destinação
dos resultados financeiros: um gestor financeiro deve decidir, sobre
o lucro observado em determinado período, que parcela será
distribuída na forma de dividendos entre os sócios/acionistas ou se
será reinvestido para financiar parte das atividades da organização.
.
A Gestão de
Pessoas tem sido a responsável pela excelência das organizações
bem sucedidas e pelo aporte de capital intelectual que simboliza,
mais do que tudo, a importância do fator humano em plena Era da
Informação.
A função de
Recursos Humanos, ou de gestão de pessoas, tem como objetivos
encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização
necessita Tradicionalmente são atribuídos a essa área as funções
de planejamento de mão-de-obra, recrutamento e seleção,
treinamento e desenvolvimento, administração de pessoal, avaliação
de desempenho, Remuneração ou compensação, funções pós-emprego
como, por exemplo, recolocação profissional, dentre outras.
Entretanto,
observamos nos últimos anos uma mudança neste cenário. A gestão
de Recursos Humanos passou a ser exercida não mais por uma área
específica, mas constitui um atributo de qualquer líder de equipe.
Esta mudança de perspectiva levou à descentralização dos
objetivos acima citados, que passaram a ser absorvidos pelas diversas
áreas da empresa, sendo responsabilidade de cada líder, a gestão
dos colaboradores sob a sua responsabilidade. Cabe então à nova
área de RH, atuar como um agente facilitador do processo de gestão
de pessoas, propiciando as áreas da empresa os recursos e
instrumentos necessários a este novo desafio.
Com a
globalização dos negócios, o desenvolvimento tecnológico, o forte
impacto da mudança e o intenso movimento pela qualidade e
produtividade surge uma eloqüente constatação na maioria das
organizações: o grande diferencial, a principal vantagem
competitiva das empresas decorre das pessoas que nelas trabalham. São
as pessoas que mantêm e conservam o status quo já existente e são
elas – e apenas elas – que geram e fortalecem a inovação e o
que deve vir a ser. São as pessoas que produzem, vendem, servem ao
cliente, tomam decisões, lideram, motivam, comunicam, supervisionam,
gerenciam e dirigem os negócios das empresas. Inclusive dirigem
outras pessoas, pois não pode haver organizações sem pessoas. No
fundo, as organizações são conjuntos de pessoas.
A maneira pela
qual as pessoas se comportam, decidem, agem, trabalham, executam,
melhoram suas atividades, cuidam dos clientes e tocam os negócios
das empresas varia em enormes dimensões. E essa variação depende,
em grande parte, das políticas e diretrizes das organizações a
respeito de como lidar com as pessoas em suas atividades. Em muitas
organizações, falava-se até pouco tempo em relações industriais.
Em outras organizações, fala-se em administração de recursos
humanos, fala-se agora em administração/gestão de pessoas, com uma
abordagem que tende a personalizar e a visualizar as pessoas como
seres humanos, dotados de habilidades e capacidades intelectuais.
No entanto, a
tendência que hoje se verifica está voltada para mais além:
fala-se agora em administração com as pessoas. Administrar com as
pessoas significa tocar a organização juntamente com os
colaboradores e parceiros internos que mais entendem dela, dos seus
negócios e do seu futuro. Uma nova visão das pessoas não mais como
um recurso organizacional, um objeto servil ou mero sujeito passivo
do processo, mas fundamentalmente como um sujeito ativo e provocador
das decisões, empreendedor das ações e criador da inovação
dentro das organizações. Mais do que isso, um agente proativo
dotado de visão própria e, sobre tudo, de inteligência, a maior e
a mais avançada e sofisticada habilidade humana.
É
importante salientar que a área de Recursos Humanos deve estar
totalmente alinhada com a cultura da empresa. A compreensão dos
vínculos construídos dentro do ambiente de trabalho é a etapa
inicial para o desafio de gerir as pessoas. Através do entendimento
dos elementos constituintes da cultura, é possível compreender os
mecanismos de interação entre os colaboradores e as tarefas que
executam.
Conhecidos
estes aspectos, o passo seguinte é o desenvolvimento de lideranças
capazes de alinhar as expectativas do grupo com os objetivos da
empresa, criando as condições de reciprocidade essenciais para
atingir um desempenho que atenda às pressões internas e externas da
organização. As lideranças devem ser legitimadas tanto pelo
enfoque do empregado quanto pelo da empresa, para que possam
efetivamente atuar como elos entre estes dois pólos, buscando atuar
de maneira conciliatória na resolução dos conflitos surgidos.
Asseguradas às
condições anteriores, parte-se em busca da melhoria da eficiência
dos grupos, calcada nos atributos pessoais, cooperação intra e
inter-equipes, capacidade de adaptação e desenvolvimento de
compromisso entre colaboradores e empresa. Para que estes objetivos
possam ser alcançados, é fundamental que haja um livre fluxo de
informações, tendo cada componente do grupo plena consciência da
relação de causa e efeito existente nas tarefas executadas. Também
é essencial que o treinamento e reciclagem sejam constantes,
permitindo que os colaboradores incorporem novos conhecimentos que
permitam analisar criticamente o seu trabalho e seu ambiente,
permitindo que busquem a melhoria contínua como indivíduo. Temos
então o cenário propício para o desenvolvimento de estruturas
autoreguladoras a partir de indivíduos autônomos e participantes.
Desta forma, as equipes possuem a capacitação necessária para
gerir seus próprios recursos de forma otimizada.